Pouco à vontade com os rumos da conversa com o primo, no restaurante, Anne baixou os olhos e sorriu, sentindo-se desconfortável.

― Mesmo? ―

Percebendo, Tommy decidiu dar uma guinada no assunto:

― Ouvi dizer que… Anthony também foi à festa de aniversário do tio. Espero que ele não tenha feito nada contra você. ―

― Não houve nada… Eu saí pouco depois que ele chegou ― Anne não queria falar sobre Anthony. Mesmo mencionar seu nome, acelerava seu coração e tornava difícil respirar.

― Se ele estiver incomodando você, me diz que eu vou te ajudar ― disse Tommy.

Anne ficou tocada. Quando eram mais novos, sempre que ela era importunada, Tommy a ajudava. Por um acaso do destino, agora que Anthony a atormentava novamente, ela tinha esbarrado em Tommy que, mesmo sem saber das desventuras da jovem, a ajudou a conseguir um emprego na clínica estética. Mas, talvez, por se sentir desamparada, Anne buscasse, inconscientemente, no primo, um protetor.

― Por que Anthony voltou para Luton? ― Anne fingiu que não sabia de nada.

― Não tenho certeza. Ninguém da família sabe de nada ― Tommy franziu ligeiramente a testa.

O coração de Anne afundou:

― Você esteve em contato direto com ele? ―

― Desde que ele cortou os laços com a família? Não. Não tenho como entrar em contato com ele ― mas, Tommy pensou em algo e complementou ― se você o vir, tente ficar longe. ―

― Eu sei… ― Anne respondeu.

No passado, Tommy visitava Anthony na Mansão Marwood, de tempos em tempos. Eles eram muito próximos. Até que, um dia, Anthony foi tão cruel que cortou todos os laços. Entretanto, tinha se tornado rico e, qualquer um com essas duas características juntas, crueldade e riqueza, se tornava extremamente poderoso. Demônios normais tinham um poder limitado, mas demônios ameaçadores e ricos, eram assustadores.

Anne e Tommy ainda desfrutavam alegremente do jantar quando um Rolls Royce preto passou lentamente pela frente do restaurante.

Os olhos penetrantes de Anthony olharam pela janela escura e se fixaram no casal animado. Mas, enquanto Anne comia, teve os familiares calafrios por toda parte e a jovem virou, automaticamente, o rosto para a rua.

Entretanto, carros passavam, como de costume, e nada parecia suspeito. “Mas, então, de onde veio esse calafrio?” Anne pensou.

Aconteceu alguma coisa? ― perguntou Tommy, percebendo a mudança de postura da

Só um calafrio, não

e amargo, enquanto terminavam de colocar o assunto em

para casa ― disse Tommy.

Está tudo bem. Eu posso me

morando sozinha? ― Perguntou

aluguei um lugar.

primo pensou, consigo mesmo: “Ela deve ser

mais, foi muito bom te reencontrar ―

Anne se afastar, com olhos gentis. Ela não havia mudado nem um

ponto de ônibus e viu que uma linha passava nas imediações da Curva. Como estava perto do horário do transporte passar, achou que seria mais conveniente do que pegar um taxi. Depois de uma viagem de 40 minutos e uma caminhada de meia hora, a jovem finalmente retornou para a Mansão Real. Mesmo sabendo que, se pudesse escolher, nunca mais colocaria os

estacionado do lado de fora da porta e seu corpo estremeceu. Anthony estava ali.

balançavam na escuridão, como demônios dançantes e Anne engoliu em seco, criando coragem

estava na sala, com sua habitual postura arrogante e,

você foi?

clínica de estética ― disse Anne, sabendo que

com frieza,

estou, para falar comigo. ―

Anthony. Mas, sem opção caminhou para mais

a verdade. Se não acredita em mim, pode conferir… ―

Não aconteceu mais nada? ― Os olhos de Anthony

encolheu, sem saber o que

descubra? ― Anthony

Anne disse, rapidamente:

deveria dizer isso… Quando eu estava na clínica estética, esbarrei em Tommy, com outra mulher, provavelmente… a namorada dele? Não tenho muita certeza. Ele me ajudou e, depois disso, jantei com Tommy. Voltei de ônibus, logo depois do

tanta pressa para seduzir um homem? Quer que eu a apresente a algum? ―

Apenas ceamos e conversamos.

gostava de você. Você não pediu para ele te ajudasse

The Novel will be updated daily. Come back and continue reading tomorrow, everyone!

Comments ()

0/255